sábado, 17 de setembro de 2011

História Do País

Períodos pré-colonial e colonial

 

De acordo com pesquisas e estudos arqueológicos, o povoamento da atual Colômbia existe há pelo menos vinte mil anos. Essas civilizações provinham de diferentes locais, e levaram para a região diferentes idiomas e culturas. Os primeiros vestígios arqueológicos datam de cerca de 20.000 a.C., no sítio de Pubenza. Em Puerto Hormiga encontram-se formações e vestígios do período arcaico, incluindo a cerâmica mais antiga encontrada na América. Por essa época inicia-se o cultivo de milho em algumas regiões do atual país. Esse viria a crescer tanto que o vegetal tornar-se-ia parte constante na alimentação dos habitantes do local. As pesquisas mostram que por volta de 1.120 a.C., havia próximo ao Rio Magdalena uma ou mais comunidades sedentárias, mais desenvolvidas.
As primeiras explorações na região por parte dos espanhóis aconteceram em 1499, com Alonso de Ojeda, não tendo muito êxito. Em 1525, ocorreu a conquista de Santa Marta, e em 1533, a de Cartagena das Índias. Iniciou-se então a conquista do interior, com a fundação das cidades de Popayán, em 1536, e Santa Fé, atual Bogotá, em 1538. Bogotá torna-se a capital do Vice-Reino de Nova Granada em 1718, este que na época ainda abrangia os países que atualmente são Venezuela, Equador e Panamá.

 

Independência


Com as crises institucionais na Espanha, por volta de 1808, começaram movimentos pela libertação das colônias espanholas nas Américas. Em 20 de Julho de 1810, acontece a primeira tentativa de proclamação da independência. Uma longa guerra pela independência liderada principalmente por Simón Bolívar e Francisco de Paula Santander, terminou em 7 de Agosto de 1819, após a Batalha de Boyaca. Neste ano, o Congresso de Angostura fundou a República da Grã-Colômbia.
O país era formado no momento por Nova Granada e Venezuela, tendo o Equador sido incorporado posteriormente. Pouco depois, houve falta de consenso entre federalistas e unionistas. Após vitórias dos primeiros, Venezuela e Equador se separam do país e constituem duas repúblicas separadas.

Pós-independência e republicanismo

 


As divisões internas, políticas e territoriais levaram à secessão da Venezuela e de Quito (atual Equador) em 1830. O chamado "Departamento de Cundinamarca" adotou o nome "Nueva Granada", que se manteve até 1856 quando se tornou a "Confederación Granadina" (Confederação Granadina). Depois de uma guerra civil de dois anos, em 1863, os "Estados Unidos da Colômbia" foram criados e duraram até 1886, quando o país finalmente se tornou conhecido como a República da Colômbia. As divisões internas permaneceram entre as forças dos dois partidos políticos, às vezes resultando em guerras civis muito sangrentas, sendo a mais significativa a Guerra dos Mil Dias (1899-1902).
Isto, juntamente com as intenções dos Estados Unidos da América em influenciar a área (especialmente na construção e no controle do Canal do Panamá), levou à separação do Departamento do Panamá em 1903 e o seu estabelecimento como uma nação. Os Estados Unidos pagaram 25 milhões de dólares para a Colômbia em 1921, sete anos após a conclusão do canal, para reparar o papel do presidente Theodore Roosevelt na criação do Panamá, e a Colômbia reconheceu o Panamá nos termos do Tratado Thomson-Urrutia. A Colômbia foi tragada numa guerra de um ano de duração com o Peru por uma disputa territorial envolvendo o Departamento de Amazonas e sua capital Letícia.
Logo depois, a Colômbia alcançou um relativo grau de estabilidade política, que foi interrompida por um conflito sangrento que ocorreu entre os anos 1940 e início dos anos 1950, um período conhecido como La Violencia ("A Violência"). Sua causa foram tensões, principalmente entre os dois principais partidos políticos, que se desencadearam após o assassinato do candidato liberal à presidência Jorge Eliécer Gaitán em 9 de abril de 1948. Este assassinato causou distúrbios em Bogotá e se tornou conhecido como Bogotazo. A violência desses protestos espalhou-se por todo o país e causou a morte de pelo menos 180 mil colombianos.
Em meio a uma verdadeira guerra civil, o candidato conservador Laureano Gómez ganhou as eleições e tomou posse em 1950. Em 1953, o Partido Conservador propôs uma nova Constituição que previa a imposição de um regime totalitário ao estilo do espanhol Francisco Franco. Os liberais e os conservadores moderados se opuseram a esse projeto, e uma junta militar derrubou o governo. Nomeou-se o general Gustavo Rojas Pinilla como presidente provisório; em 1954, a Convenção Constitucional o elegeu para mais um período de quatro anos e ele governou por meio de decretos. Embora louvado como paladino da justiça, Rojas Pinilla foi ainda mais arbitrário que seu antecessor. Numa tentativa de restauração do poder civil, liberais e conservadores constituíram uma Frente Nacional, alternando-se no poder, enquanto se expandia uma guerrilha de inspiração marxista.
Um novo golpe de Estado derrotou Rojas Pinilla em 1957 e um plebiscito incorporou os acordos da Frente Nacional à Constituição, para repartir os cargos de governo e alternar os dois partidos hegemônicos na presidência. Nos anos seguintes, a impossibilidade de romper esse esquema levou muitas lideranças da oposição a aderir aos grupos guerrilheiros, que operavam no país desde o período conhecido como La Violencia (1948-1958) e adquiriram definição ideológica de esquerda nos anos 1960, sob a influência da Revolução Cubana.
Apesar da coligação liberal-conservadora, o governo caía em períodos de semiparalisia. No ano de 1958, o presidente Alberto Lleras Camargo instituiu a reforma agrária. Em 1960, a Colômbia passou a fazer parte da ALALC (Associação Latino-Americana de Livre Comércio). Em 1962 assumiu a presidência Guillermo León Valencia. O general Rojas Pinilla foi preso em 1963 sob a acusação de conspirar contra o regime. A crise econômica levou o Congresso a conceder poderes extraordinários a Valencia. A situação continuou a agravar-se no plano político, culminando com a reimplantação do estado de sítio em 1965, após distúrbios estudantis.
Em 1966 começou a gestão de Carlos Lleras Restrepo, talvez a mais bem-sucedida da história colombiana. A economia recuperou-se com base num planejamento correto e em reformas políticas essenciais. Ao final de seu governo, a economia apresentava um crescimento anual de 6,9%. Na eleição de 1970, Misael Pastrana Borrero sagrou-se vencedor, derrotando o ex-ditador Rojas Pinilla. Na eleição de 1974, a presidência passou para Alfonso López Michelsen, também liberal, cujo governo enfrentou problemas econômicos. Ainda assim, em 1978 foi eleito outro liberal, Julio Turbay Ayala, contra quem se aliaram manifestações de descontentamento popular e a violência dos movimentos guerrilheiros de esquerda. O agravamento da situação provocou a adoção do estado de emergência.
Em 1982, o candidato conservador Belisario Betancur Cuartas ganhou as eleições presidenciais. Neste mesmo ano, foram anistiados os presos políticos da guerrilha de esquerda. A campanha de pacificação nacional do presidente Belisário Betancur foi obstada pelo poder dos traficantes de tóxicos, o chamado cartel de Medellín, que em 1970 se implantara no país como poder paralelo. O ministro da justiça da Colômbia foi assassinado em 1984 por ter dado início à campanha antidroga. Mesmo assim, o presidente em exercício deu um grande impulso a esta campanha que levou ao desaparecimento do seu ministro; entretanto, durante o ano de 1985, as guerrilhas recuperaram a força e a luta contra o narcotráfico foi perdendo o ímpeto. Em 1985, o país foi abalado por duas tragédias: a invasão do Palácio da Justiça por sediciosos, com a morte de mais de 90 pessoas entre sequestradores e sequestrados, e a erupção do Nevado del Ruiz, que levou à morte cerca de 25.000 pessoas.
Em 1986 foi o fim da Frente Nacional. O Partido Liberal venceu as eleições e o presidente Virgílio Barco Vargas declarou uma gigantesca ofensiva contra os traficantes de cocaína do cartel de Medellín, após os assassinatos de um ministro do Supremo Tribunal e do principal candidato à eleição de 1990, Luis Carlos Galán Sarmiento.
Depois de uma campanha em que foram assassinados os três candidatos presidenciais, César Gaviria Trujillo, do Partido Liberal, foi eleito presidente em 1990. Gaviria apoiou a Assembleia Constitucional, que elaborou uma nova Carta, a qual entrou em vigor em 1991. Seguiu-se um acordo com alguns grupos guerrilheiros (principalmente o conhecido M-19) para desmobilização, a fim de fazerem parte do processo político. Em julho de 1991, foi descoberto um grande campo petrolífero.
Uma campanha bombista foi levada a cabo pelos barões da droga em retaliação pelo confisco de propriedades e extradição para os Estados Unidos de membros dos cartéis. O presidente norte-americano George Bush foi um dos aliados antidroga na Colômbia, em 1990. Vários cabecilhas ligados ao tráfico de estupefacientes renderam-se às autoridades e foram presos. Esta onda de prisões incluiu o líder da cocaína de Medellín, Pablo Escobar, que conseguiu evadir-se da prisão, em julho de 1992, mas foi morto em um tiroteio quando era caçado por soldados e policiais em 1993. O estado de emergência foi declarado um ano depois com o intuito de controlar a situação.
Em junho de 1998, foi eleito presidente o conservador Andrés Pastrana, que fez sua campanha prometendo uma profunda reforma das instituições do Estado. Assim que foi empossado, Pastrana conseguiu que os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) aceitassem sentar à mesa de negociações para discutir a pacificação do país. Para isso, foi necessário aceitar algumas condições, como reconhecer o controle das FARC sobre vários municípios, o que provocou resistências e protestos no seio das forças armadas regulares. Assim mesmo, Pastrana foi adiante e se deixou fotografar no meio da floresta com o veterano líder das FARC, Manuel Marulanda Vélez, conhecido como "Tirofijo" por sua lendária pontaria.
Em 2002, assumiu a presidência Álvaro Uribe. Depois da reforma constitucional, que permite a reeleição presidencial consecutiva, Uribe apresentou sua candidatura para um segundo mandato. Em dezembro de 2003 o governo endureceu sua posição diante da guerrilha (Estatuto Antiterrorista) e para isso obteve apoio dos demais governos latino-americanos. Em 2004 houve a prisão de um membro do estado-maior das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), iniciando-se um processo de paz com os paramilitares. Em 2005 instaurou-se uma crise política com a Venezuela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário